PT aposta na eleição de três federais em Goiás



PT de Goiás caminha para o lançamento de chapa pró­pria para os candidatos ma­joritários (governador, vice e sena­dores) e proporcionais (deputados federais e estaduais). Ontem pela ma­nhã, com a participação do ex-minis­tro da Secretaria Geral da Presidên­cia Gilberto de Carvalho, lideranças do partido fizeram o lançamento da pré-candidatura do advogado José do Carmo como para a Câmara Federal.
José do Carmo é professor de Di­reito na Universidade Federal no Campus da Cidade de Goiás. É ad­vogado, foi candidato a prefeito da Cidade de Goiás e chefe de gabine­te da prefeitura da capital durante a gestão de Pedro Wilson (2001-2004). Atuou como advogado da CPT (Co­missão Pastoral da Terra), na épo­ca presidida pelo saudoso Bispo de Goiás, Dom Tomas Balduíno.
APOIO
A candidatura de José do Carmo reúne o apoio de várias facções do PT de Goiás, sendo a principal de­las o agrupamento conhecido como Cerrado, que tem como principais lideranças o ex-prefeito e ex-deputa­do federal Pedro Wilson, a ex-depu­tada federal Marina Sant’Anna, Ola­vo Noleto, ex-secretário de Assuntos Federativos da Presidência da Re­pública, o ex-vereador goianiense Serjão Dias e o ex-secretário de Ha­bitação e Regulação Fundiária de Aparecida Roni Barbosa. Provável coordenador da campanha do ex­-presidente Lula, o ex-ministro Gil­berto Carvalho prestigiou o evento e destacou a importância da eleiç­mão de Ze do Carmo, por sua his­tória de luta na defesa dos direitos humanos, da democracia e da or­ganização dos movimentos sociais.
A presidenta estadual do PT, professora Kátia Maria salienta que o partido está empenhado em lutar pela eleição de dois a três deputa­dos federais. Ela observa que o PT goiano contou por várias vezes com dois representantes no Parlamento, com as eleições de Neyde Apareci­da e Rubens Otoni em 2002, e de Pedro Wilson e Rubens Otoni em eleições subsequentes.
A deputada estadual Adriana Ac­corsi enalteceu a atuação firme de Ze do Carmo em favor dos movimen­tos sociais, dos trabalhadores rurais e dos segmentos mais desprotegidos da sociedade. Adriana lembra que Ze do Carmo nunca se furtou aos desafios, tendo sido candidato a pre­feito na Cidade de Goiás e nas últi­mas eleições, compôs a vice na cha­pa de Antônio Roberto Gomide. “É uma liderança muito querida den­tro do partido e que vai agregar mui­to ao Parlamento brasileiro”, afirma.Kátia ressalta que em 2014, por apenas nove mil votos o PT não ga­rantiu o segundo nome na Câmara Federal, eacreditaqueapartirdacan­didatura de Ze do Carmo e de outras lideranças no interior, o partido vai se cacifar para garantir dois ou até três nomes. “José do Carmo representa um nome com ética. Ele será uma re­novação num Parlamento que está a dever à sociedade brasileira”, opina.
Pedro Wilson, Marina Sant’An­na e Olavo Noleto se emocionaram ao falar da trajetória de Ze do Car­mo. O ex-prefeito afirma que a sua candidatura reacende a esperan­ça daqueles que acreditam na po­lítica como um meio para atender aos interesses da maioria da popu­lação. Marina argumenta que a cri­se de credibilidade do Parlamento exige que pessoas incorruptíveis, honestas e idealistas se posicionem, e Zé do Carmo tem este perfil. Ola­vo Noleto sintetizou dizendo que o anuncio da pré-candidatura de Ze do Carmo animou petistas em todo o Estado, o que demonstra que seu nome tem carisma e competitivida­de para chegar à vitória em outubro.
CANDIDATURA
Além da candidatura de Ze do Carmo, os petistas receberam tam­bém o anúncio da filiação do estu­dante de Ciências Sociais Mateus Ferreira da Silva. A cerca de um ano, Mateus, que na ocasião estava com 33 anos, foi atingido pelo cassete­te do capitão da Polícia Militar de Goiás Augusto Sampaio de Olivei­ra no final da manifestação nacio­nal contra a Reforma da Previdên­cia, que ocorreu no dia 28 de março de 2017, no centro de Goiânia.
O universitário foi internado em estado grave no Hospital de Urgên­cias de Goiânia (Hugo) e após várias cirurgias se recuperou e retomou as atividades acadêmicas e a militân­cia no movimento estudantil. Ma­teus será candidato a deputado es­tadual nestas eleições.
LUTA
Zé do Carmo, como é mais co­nhecido, atuou em favor da família do Padre Josimo, que era coorde­nador Comissão Pastoral da Terra – CPT no Bico do Papagaio em Xam­bioá na região que fazia a divisa de Goiás com o Pará, e hoje é o atual Es­tado do Tocantins. Josimo foi assas­sinado em 10 de maio 1986 a man­do de fazendeiros daquela região. Em 1993, nova denúncia, apontou como mandantes do assassinato de Padre Josimo, Geraldo Paulo Viei­ra, Adailson Vieira, Osmar Teodoro da Silva, Guiomar Teodoro da Silva, Nazaré Teodoro da Silva e Osvaldino Teodoro da Silva e João Teodoro da Silva. Em 1998 Adailson Vieira, Ge­raldo Paulo Vieira (pai do Adailson) e Guiomar Teodoro da Silva foram julgados e condenados. Os dois pri­meiros foram condenados a 19 anos de reclusão e Guiomar, a 14 anos e 3 meses. João Teodoro da Silva fale­ceu antes de ser levado a julgamen­to. Geraldo morreu alguns meses depois da sentença. Osmar Teo­doro da Silva ficou foragido duran­te anos, sendo capturado pela polí­cia somente em 2001, depois de ter sido alvo do programa Linha Dire­ta, na TV Globo. Em setembro de 2003, ele foi condenado, por una­nimidade, a 19 anos de reclusão.

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